sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Outono

Como se o nosso coração caísse em pedaços,
Em cada folha deslizando pelo chão...
Em tons verdes, castanhos, amarelados...
Se vão espalhando em cada espaço
Pedaços de cada coração...
E cores quentes, quase fogo em cada árvore
Que ainda lembram o calor que terminou!
Os amores que se passaram no Estio
E com o frio nada mais restou...

E o mar?! Mais  agitado, que foi calmo há pouco tempo,
Não esquece a azafama que a areia contemplou
Nas lembranças que agora recorda o vento...
A Brisa fria vai chorando com a chuva
Uma saudade doce que ainda agora começou...

Mas contrastando com o tempo mais cinzento,
A vida tem mais sentimentos coloridos
É o tempo de momentos mais intensos
E do brotar de todos os sentidos...


Fragmentos de uma só alma

Existem pessoas no nosso mundo que sabem que nos pertencem e que lhe pertencemos, que é um compromisso algo subentendido sem promessas, exigências ou rigidez... Pessoas com quem conversamos com o olhar e com a mente... Que sentem como nós, e que pensam diferente... Com quem o silêncio pode ser doce e nunca nenhuma conversa será entediante... Pessoas que nunca terão medo que vamos embora, que sabem a hora do ir e do voltar, e sabem quando nos ter quando nos amar e quando nos deixar partir sem nunca nos perdermos...
Independentemente da hora ou do momento  em que nos conhecemos, há pessoas que fazem parte da nossa vida desde sempre, apenas porque sim... Quando os nossos olhares se cruzam sentimos um sentimento de milhões de anos, uma cumplicidade de várias vidas e um amor de sempre e para sempre... Aqueles sentimentos mágicos que não se compreendem apenas se sentem...
Alguém denominou um dia por almas gémeas... Mas eu diria que pode ser ainda muito mais, pode ser apenas uma alma que se completa em vários fragmentos.
Claro que, estes encontros e reencontros mágicos só são possíveis aos aventureiros sofredores que se permitem viver com a alma fragmentada, os racionais e objetivos têm os olhos demasiado fechados para ver e sentir para lá do hedonismo pragmático. Demasiado sérios e precisos, se possuírem uma alma esta será impenetrável, forte como o ferro e fria como o gelo, impossível de partir ou fundir-se com o que quer que seja... Se a têm nunca a sentiram, se não têm, nunca lhe sentiram a falta, porque nunca necessitaram de a usar... (Nem todos temos a capacidade de sentir...)
As pessoas do nosso mundo, podem possuir apenas um fragmento milimétrico de uma alma mas sentem um vulcão dentro de si... Um vulcão que ameaça entrar em erupção sempre que sente os outros fragmentos ameaçados, tristes, infelizes... Uma montanha que estremece quando se abre um sorriso num outro olhar profundo...
No nosso mundo, as peças da alma fundem-se como num puzzle e tudo faz sentido porque no nosso mundo impera a subjetividade, a loucura sã que nos permite deixar a porta do coração  aberta mantendo os olhos fechados...
E no nosso mundo as pessoas permanecem para sempre, mesmo depois de ter ido embora para não voltar, porque os fragmentos podem estar separados mas sentem a presença uns dos outros...

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Angustia política

Apoderou-se de todo o país um sentimento diferente... Nos últimos meses, talvez no ultimo ano, foi crescendo lentamente uma sensação desconfortante de incerteza, o medo permanente do amanha, que se sente mas que mingúem sabe muito bem como lhe chamar!


A OMS ( Organização Mundial de Saúde) define a saúde não apenas como a ausência de doenças mas como  um estado de completo bem-estar físico, mental e social. E se acrescentássemos também à definição um "bem-estar político"?!
É este mau-estar político que tem provocado a ausência de bem-estar global no país, a ansiedade patológica, a doença emocional de que temos sido vítimas!
Parece que a par do clima de austeridade se instalou o clima de pânico! Milhões de pessoas se deitam todas as noites sem saber que novidade existirá na manha seguinte, quase como se adormecêssemos na cratera de um vulcão. Quando é que será que ele vai explodir?! Não existem investimentos financeiros e nem pessoais porque pode ser tudo para perder... de repente deixou de ser possível planificar-se o futuro... Qualquer um pode ser despedido na manha seguinte, ter um corte descomunal nos rendimentos, deixar de conseguir fazer frente aos aumentos galopantes de todos os preços...
E vamos recordando o tempo de feroz sofrimento, contado pelos avós, da ausência de trabalho, de comida, e tem-se medo até das comparações, porque as coisas ditas em voz alta podem tonar-se mais reais. Há sempre alguém que recorda o tempo da outra senhora com revolta e expressa a vontade de novos cravos e um novo Abril... Mas ninguém vê capitães... Só um velho num  Restolho desprovido de vontade e de vida...

O longe tão perto...

Sentimos às vezes uma saudade boa, pequenina e doce, e outras uma falta intensa, mas sempre, uma presença constante, quase palpavel...
A ausência é um estado apenas físico, as pessoas continuam sempre presentes no nosso coração e nas nossas mentes. Captam-nos os maiores sorrisos através das lembranças mais doces, ou as mais estridentes gargalhadas pelos momentos mais patét...
icos, por tudo o que as tornou diferentes e especiais em relação ao aglomerado de gente que vai passando pelas nossas vidas. E mesmo longe sentimos a sua presença em nós, a sua marca em pequenas coisas que fazemos, pensamos e sentimos... Não há distância capaz de separar aqueles que nutrem sentimentos puros e verdadeiros! Olhamos para o mesmo céu e sentimo-nos mais perto...

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Sentimentos perdas e ilusões....
Há pessoas que nos surpreendem transformando o pouco em muito! Para, logo depois, exibirem a capacidade ainda mais surpreendente de transformar esse muito em nada...

É, sentimentos são mesmo assim, idiotas, inocentes e sem sentido... Não estou a falar do Amor, mas dos amores em geral... Amores que nos decepcionam tantas vezes, algumas porque nós deixamos... dá demasiado trabalho estar atento aos pequenos sinais não é? Claro que dá...
Só valorizamos pormenores que nos fazem bem, é giro que aquela amiga nova gosta exatamente de tudo o que nós gostamos, a mesma música, a mesma gastronomia, as mesmas comédias romanticas. Caramba somos quase almas gémeas... E aquele menino novo que parece que sempre adivinhou o que iamos dizer... A colega do trabalho onde entramos a semana passada, tão querida e atenciosa, estudou na mesma faculdade, transforma a hora de almoço em 60 minutos mais rápidos e agradéveis. Pormenores tão agradáveis de reter...
Enquanto isso, vao passando ao lado os pormenores que são só pormenores e não fazem sentido, a amiga nova que nos adora e venera, chegou aos 30 anos sem amiga nenhuma, nós temos uma justificação, claro que temos. foi magoada e traída por toda a gente. Merece ainda mais aquele especie de amor solidário que sentimos por ela.
 O menino, ou a menina, a igualdade de género também traz isto dissabores iguais,  que tem aquela empatia especial connosco, depois tem uns momentos distantes, ou o telemóvel desligado sempre à mesma hora. Nem precisamos de justificação, já sabemos que não deve ter rede ou bateria, pormenores sem importãncia nenhuma.
E a colega atenciosa e dedicada, passa 30 dos 60 minutos de almoço a desdenhar de outra colega, e de vez em quando tem um olhar estranho, quando fazemos algo demasiado bem, se não fosse tão nossa amiga quase quase nos irritaria... mas não!!! Nós sabemos que, apenas interpretamos mal (pela centésima vez) o olhar dela, nem para nós estava a olhar, e fala mal das colegas porque é um bocadinho injustiçada...
E bom, nestes momentos de semi-sonolencia, vamos vivendo com pessoas que transformam os tais poucos em muito. Muita diversão, muita empatia, muita amizade, ou muito amor... Perfect!!!
E quando ela chega, a decepção, nós nunca estamos preparados, apanha-nos sempre desprevenidos! Em choque!!! Porque não é a pessoa que nós conhecemos, a pessoa que se deu a conhecer ou a pessoa que quisemos ver nela, afinal é alguém capaz de atitudes arrogantes, crueis e egoístas, capaz de transformar aquele tudo que tinhamos em nada!
Claro que o sofrimento é inevitável, pela perda da relação e por nós, porque existe um papel que deixa de ser desempenhado na nossa vida, um lugar vazio na nossa novela e cujo fim não ésteve nas nossas mãos!

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Os homens não são todos iguais... A tendência das mulheres, talvez...

Cada vez que uma mulher tem uma desilusão a frase repete-se em qualquer local do mundo "OS HOMENS SÃO TODOS IGUAIS". Mas serão? Serão os homens uma espécie de roubot que age de forma similar perante situações identicas. E porque existem então relações que funcionam? Nós também vamos tendo uma explicação para isso " É porque as mulheres fecham os olhos a tudo, mas eles são iguais aos outros"(ou não)...
Não será que o erro principal está no fato de procurarmos o motivo do fracasso sempre em razões externas a nós próprias?! Porque é que são sempre as mesmas mulheres a queixarem-se dos homens? Há a possibilidade de as outras mulheres já se terem resignado a uma relação fracassada, ou então... Este conjunto de mulheres, que se mantém fiel á teoria da igualdade inabalável entre os homéns, possuirem elas algo de demasiado semelhante entre si, caracteristicas que as diferencie das primeiras (das ditas resignadas) e que as leve a procurar, também, os "homéns todos iguais"! Confuso ou esclarecedor?!
Na verdade, o que acontece é que, sedentas de um grande amor, tendem a procura-lo em pessoas com caracteristicas semelhantes, Don Juan apaixonado, princepes sem cavalo, que mais cedo ou mais tarde se transformam em sapos... Ao lado, vão passando os apaixonados que lhes caem aos pés, aqueles seres sem sal, que perdem o interesse pela facilidade, porque estão sempre ali e não representam qualquer conquista ou adrenalina... E que são, a vida toda, preteridos, pelos mais bonitos da cidade, os mais divertidos do trabalho, os mais procurados, e os mais "cafajestes"... Então, os "sem sal" sobram para "as que fecham os olhos a tudo", (ahhh, agora já faz algum sentido, se calhar não há nada a que fechar os olhos)!
Então, seguimos preterindo os "bons rapazes" e vivendo os grandes amores da vida com os salta-pocinhas! E começam então as relações fracassadas! Primeiro porque, o Don Juan mantém vários amores, desiste-se e parte-se para outra. Os homens são todos iguais! Depois porque há princepes que as trocam por sopeiras. E os homens são mesmo todos iguais! Porque o meu grande amor passa semanas distante sem dar noticias, está diferente, sem motivo, e o "sapo" começa a dar de si! "MAS SERÁ QUE OS HOMENS SÃO TODOS IGUAIS?!" 
Não, os homens de algumas vidas são apenas, mal selecionados... 
 
 

sábado, 1 de setembro de 2012

Se se gosta mais... se se gosta menos? Se é um amor maior que todos os outros??? Não será porque é apenas o atual, o que vivemos no momento? Nunca se ama de maneira igual, não se compara o incomparável! É possivel afirmarmos sem dúvida que a rosa é mais bonita que a tulipa? Ou que o  que a cereja é melhor que o figo, se gostamos de ambos, cada um na sua época...

Cada vez que estamos apaixonados, com aquela sensação indescritível de querer estar unido sempre e para sempre, manter a mente e o coração ocupados a toda a hora com a mesma pessoa, pensamos também " Eu nunca amei assim". E assim fosse? Amariamos a pessoa seguinte sempre um pouco mais que a anterior? E qual seria o limite para o amor?
Na verdade nós nunca sentimos o mesmo por duas pessoas... O amor não se repete...  nem pela mesma pessoa voltamos a sentir o mesmo da segunda vez (quem já voltou, anos depois e perdeu parte do brilho no olhar, vendo um grande amor transformado em atração, paixão ou teimosia...).
O amor reveste-se sempre de formas divergentes. E nós tornamo-nos também numa pessoa diferente quando estamos apaixonados...
 Há aquele amor que nos torna doces e adolescentes, com vontade de correr na chuva e gritar no cimo das montanhas. Depois existe aquela pessoa que nos invade os pensamentos de forma descontrolada a toda a hora, um amor irrequieto, instável e delicioso... O que nos transmite calma, serenidade, proteção... (...) E nunca é igual... Os que nos fazem corar, os que nos fazem sorrir ao ler aquela mensagem linda pela manhã... O amor distante que é uma paixão desenfreada a cada reencontro, o amor de todos os dias e momentos, que é o namorado amigo e companheiro...
E quem consegue dizer de quem gostou mais? O que foi mais intenso? Quando é que o coração bateu mais forte?  Com que termómetro se medem os sentimentos?