segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Amizade, ou não...

Um amigo não envia 20 mensagens só porque não se respondeu à primeira... Aliás o amigo pensa de imediato "depois que me ligue se quiser"... e se não nos virmos num dia vemo-nos nas outras o mundo não terminará amanha...
E quando se relêm os emails, e todas as mensagens, vamos percebendo...E custa que procure semelhanças insignificantes entre nós para nos tornar mais próximos... Custa sobretudo perceber que o nosso entendimento de proximidade e essencialmente daquilo que nos aproxima é tão diferente! Não é porque temos uma foto ou outra parecida, porque vimos os mesmos filmes ou porque gostamos da mesma comida   que somos próximos ou distantes, às vezes as coincidencias são apenas isso, coincidencias... A próximidade é outra coisa, é a empatia total, a fusão de pensamentos e sentimentos, o adivinhar sem questionar e o nem precisar de saber...  E nem dá para explicar sem ferir, podemos passar anos assim, fingindo que não percebemos.  As pessoas são próximas quando partilham essencialmente algo especial: os mesmos sentimentos, e nós sabemos que temos  sentimentos dispares. E mais uma vez custa perceber que o "amigo" anseia por algo que nunca se vai poder dar... A amizade pode ser presenteada de forma incondicional, mas nada mais que isso... Mas a amizade não é de forma alguma aquilo que a outra pessoa quer. Um amigo não procura incessantemente reconstruir todos os passos diários do outro, não vive todos os seus atos e acima de tudo não cobra nada, porque é tudo natural...
E depois sentimos aquela dúvida intermitente falar ou não falar... e vamos deixando andar...
Incoscientemente vamos evitando as conversas que envolvem os nossos envolvimentos emocionais para não magoar e acabamos por ir alimentando as esperanças... porque a outra pessoa pensa "não tem ninguém, nunca falou de ninguém"....
E com o tempo a situação acaba por se tornar incomportável, não sabe como agir como reagir e não há amizade que sobreviva a interesses tão divergentes...

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