sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Fragmentos de uma só alma

Existem pessoas no nosso mundo que sabem que nos pertencem e que lhe pertencemos, que é um compromisso algo subentendido sem promessas, exigências ou rigidez... Pessoas com quem conversamos com o olhar e com a mente... Que sentem como nós, e que pensam diferente... Com quem o silêncio pode ser doce e nunca nenhuma conversa será entediante... Pessoas que nunca terão medo que vamos embora, que sabem a hora do ir e do voltar, e sabem quando nos ter quando nos amar e quando nos deixar partir sem nunca nos perdermos...
Independentemente da hora ou do momento  em que nos conhecemos, há pessoas que fazem parte da nossa vida desde sempre, apenas porque sim... Quando os nossos olhares se cruzam sentimos um sentimento de milhões de anos, uma cumplicidade de várias vidas e um amor de sempre e para sempre... Aqueles sentimentos mágicos que não se compreendem apenas se sentem...
Alguém denominou um dia por almas gémeas... Mas eu diria que pode ser ainda muito mais, pode ser apenas uma alma que se completa em vários fragmentos.
Claro que, estes encontros e reencontros mágicos só são possíveis aos aventureiros sofredores que se permitem viver com a alma fragmentada, os racionais e objetivos têm os olhos demasiado fechados para ver e sentir para lá do hedonismo pragmático. Demasiado sérios e precisos, se possuírem uma alma esta será impenetrável, forte como o ferro e fria como o gelo, impossível de partir ou fundir-se com o que quer que seja... Se a têm nunca a sentiram, se não têm, nunca lhe sentiram a falta, porque nunca necessitaram de a usar... (Nem todos temos a capacidade de sentir...)
As pessoas do nosso mundo, podem possuir apenas um fragmento milimétrico de uma alma mas sentem um vulcão dentro de si... Um vulcão que ameaça entrar em erupção sempre que sente os outros fragmentos ameaçados, tristes, infelizes... Uma montanha que estremece quando se abre um sorriso num outro olhar profundo...
No nosso mundo, as peças da alma fundem-se como num puzzle e tudo faz sentido porque no nosso mundo impera a subjetividade, a loucura sã que nos permite deixar a porta do coração  aberta mantendo os olhos fechados...
E no nosso mundo as pessoas permanecem para sempre, mesmo depois de ter ido embora para não voltar, porque os fragmentos podem estar separados mas sentem a presença uns dos outros...

Sem comentários:

Enviar um comentário